9.6.12

MANGA CONTRA O CÂNCER

Pouco se sabe ainda sobre a manga, esse fruto consumido em larga escala no mundo todo. De acordo com o National Mango Board (dos Estados Unidos), a maior parte das mangas consumidas nos EUA são produzidas no México, Equador, Peru, Brasil, Guatemala e Haiti. Originárias do sudeste asiático e da Índia, ela é produzida em climas tropicais e foi introduzida nos Estados Unidos no final do século 19. Na tentativa de determinar seu real valor nutricional, a organização já encomendou vários estudos para diversos cientistas americanos.
Pesquisadores da Texas AgriLife Research descobriram recentemente uma importante propriedade especial da manga: ela é capaz de prevenir e deter algumas células de câncer de mama e do cólon. Eles chegaram a esse resultado após analisar as cinco variedades mais comuns nos EUA: Kent, Francine, Ataulfo, Tommy/Atkins e Haden. O estudo foi liderado pela dra. Susanne Talcott e pelo seu marido, o dr. Steve Talcott. 
Com um poder antioxidante bem menor do que outros alimentos (como o açaí e a romã), muitos poderiam não dar muita importância para a manga. “Ela tem uma capacidade antioxidante por volta de quatro a cinco vezes menor do que uma uva média e mesmo assim se mantém muito eficaz na atividade anticâncer. Se você olhar para ela do ponto de vista fisiológico e nutricional, levando tudo em consideração, ela estaria no alto do ranking de supercomidas”, diz a pesquisadora. “Seria bom incluí-la na dieta regular”, completa.
Os Talcotts testaram extratos de polifenol (substância natural das plantas associada à boa saúde) da manga in vitro em células cancerosas do cólon, da mama, dos pulmões, de leucemia e da próstata. Foi obtido algum resultado com a leucemia e os cânceres de próstata e de pulmão, mas a manga foi mais efetiva nos tipos mais comuns de câncer de mama e do cólon. 
E o melhor: os doutores testaram a manga também nas células normais do cólon, e estas não foram detidas pelo polifenol. Significa que esse importante alimento pode ser usado sem medo de que as células boas sejam danificadas. “Essa é uma observação geral para qualquer agente natural: eles visam apenas as células cancerígenas, não mexendo com as saudáveis, ou pelo menos as deixando em concentrações razoáveis”, explicou a dra. Talcott.
Os cientistas avaliaram os polifenóis e, mais especificamente, os gallotannins, como sendo a classe de compostos bioativos responsáveis por prevenir ou deter células cancerosas. Tannins são polifenóis que são frequentemente amargos ou secos, e encontrados em sementes de uva e no chá.
O estudo constatou que o ciclo celular foi interrompido. Isso é fundamental, diz Suzanne Talcott, pois indica um possível mecanismo de como as células cancerosas são prevenidas ou impedidas.
O próximo passo seria testar a descoberta em humanos, e não mais somente in vitro. Os Talcotts esperam fazer uma pequena prova clínica com indivíduos que aumentaram a inflamação em seus intestinos, apresentando um risco de câncer maior. Segundo a doutora, se houver alguma eficácia comprovada, então seria feito um teste maior para identificar qualquer relevância clínica.