1.7.23

DEPRESSÃO: PASSOS PARA A CURA

Pessoas deprimidas podem melhorar com, sem ou apesar dos medicamentos antidepressivos.  

Sabe qual é a razão básica para a escalada estatística depressiva? É a perda da esperança. A perda da esperança está no núcleo da mente deprimida. É por isso que muitos deprimidos pensam em morrer, porque passam a sentir que sua situação não tem saída. Na verdade, o suicida não quer morrer, mas ele não sabe como continuar a viver com uma dor que se tornou insuportável.

Tipos de depressão

Na depressão leve não há necessidade de medicação. O apoio psicológico da família e de um bom conselheiro resolve. Na depressão moderada é possível que algumas pessoas consigam sair dela sem antidepressivos. Já no nível depressivo grave é mais difícil melhorar sem um “empurrão” da medicação. Mas assim que possível, mesmo o deprimido grave precisará começar a pensar que ele tem um papel na recuperação da doença, em vez de jogar toda a sua esperança no remédio, no profissional, num parente.

Dentre os principais sintomas para o diagnóstico da depressão estão: perda do prazer geral e tristeza que não passa ao longo do dia por, pelo menos, duas semanas seguidas. Para se dizer que alguém está com depressão é necessário ainda ter alguns outros sintomas, como insônia ou dormir demais, fadiga, aumento ou queda do apetite, ideias de culpa, ideias pessimistas, pensamentos de morte, ideias suicidas, perda da esperança, entre outros.

O processo da cura

Para o deprimido entrar no processo da cura, poderá, por exemplo, ser necessário lamentar suas perdas: chorar, ficar triste, desabafar sua dor. Mas depois de viver o luto psicológico, será preciso prosseguir na recuperação. Como? Parando de se lamentar e passando a olhar para o que funciona bem em sua vida. Será preciso lutar consigo mesmo para cultivar a gratidão.

Mesmo quando alguém se deprime diante de uma perda importante, existem coisas boas funcionando em sua vida. Assim que possível, ao longo do processo de luto psicológico que pode durar semanas, meses ou até mais de um ano, será preciso cultivar a esperança e olhar o que existe de bom à sua volta em vez de se concentrar apenas no que perdeu.

Para outros indivíduos, será ainda necessário resolver ressentimentos. Isso significa perdoar pessoas que feriram, magoaram, traíram, abandonaram. Perdoar também é um processo que pode exigir tempo. Tudo dependerá do tipo de temperamento da pessoa, da gravidade do fato que originou a tristeza, dos recursos que ela terá para lidar com a dor, do nível de experiência espiritual. E também pode ser preciso perdoar a si mesmo pelos erros cometidos, por ter machucado pessoas.

Outro passo para sair da depressão tem que ver com parar de colocar expectativas altas demais no que os outros podem oferecer. Nós também frustramos os outros, assim como eles nos frustram, mesmo quando existe um bom relacionamento. Isso ocorre porque nem sempre nossos sonhos serão plenamente realizados.

Distorções de pensamento

Também é importante que a pessoa deprimida lute contra distorções de pensamento, isto é, a interpretação errada da realidade. Existe uma teoria psicológica que diz que a depressão pode começar ou piorar por causa de distorções de pensamento. Muitos deprimidos demoram mais a melhorar porque mantêm pensamentos distorcidos, mesmo em uso de medicação antidepressiva.

Finalmente, é preciso entender que talvez o pior não seja a perda ocorrida, mas o significado dela para aquele tipo de personalidade que se deprimiu. Notou quanta coisa é possível fazer independentemente das medicações? A cura para a depressão reúne um conjunto de fatores.

Cesar Vasconcellos de Souza- Médico psiquiatra e apresentador do quadro ClaraMente no programa Vida e Saúde, da TV Novo Tempo

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FOBIA

O medo é uma emoção inata ao ser humano. Ele é necessário para nos sinalizar qualquer perigo que possa colocar em risco a vida. Ao mesmo tempo ele nos motiva a fazer algo para escapar de uma ameaça ou enfrentá-la.

Somente nós mesmos temos o poder de responder adequadamente pelo que fazemos com nossa vontade. A direção que damos à nossa vida é de autoria própria e exclusiva. E é exatamente essa necessidade de respondermos por nós mesmos que nos impõe o dever de lidar adequadamente com o medo, pânico ou fobia. Para tanto, cabe-nos ser realistas a respeito dos nossos sentimentos para sabermos como regulá-los. Isso não é fácil! Como confessou uma senhora após um tempo de autoconhecimento: “Estava muito ansiosa com meu estado emocional. Cheguei à conclusão de que ele vem da minha raiva de ‘fulana’. Aí deixei a raiva vir. Falei para mim mesma o que sentia. Foi um alívio, fiquei leve”.

Neste exemplo, podemos aprender com alguém que não precisou agredir nem atacar quem a feriu para lidar com sua emoção. Aprendemos também que não importa o sentimento negativo que carregamos, teremos que nos familiarizar com ele para dimensioná-lo a fim de assumirmos o direcionamento que almejamos. No caso do medo, quando não o administramos corretamente, nós o exageramos e criamos a ansiedade: um estado generalizado de apreensão. 

Estado que evolui para um pico que é o ataque de pânico com curta duração. Depois temos a fobia, o medo exagerado de vários objetos, animais ou situações específicas. Contudo, a fobia nos ajuda a lidar com nossos temores reduzindo-os a objetos ou situações únicas. Ela simplifica nossos temores, mas o problema se agrava porque o perigo atribuído a cada caso é fora de proporção, exagerado a ponto de limitar completamente a vida. Além de tornar o mundo um lugar perigoso, todo ser humano é visto como desonesto e viver se torna uma carga dolorosa. 

A pessoa fóbica

A pessoa fóbica faz uma super interpretação do perigo inerente ao estímulo que ela percebe como ameaçador.  Pode ser um elevador, uma cobra, uma mosca, altura, avião. A variedade é grande: qualquer objeto, ser e situação pode ser temido. 

As fobias, expressas por palavras gregas, apresentam os seguintes significados: claustrofobia: medo de lugar fechado; agorafobia: medo de lugares abertos; misofobia: medo de germes; escorofobia: medo de ser encarado pelos outros; hafefobia: medo de ser tocado e assim por diante. 

Como se pode notar, a fobia é uma tendência a agir respondendo com medo exagerado a uma situação. Como é uma resposta persistente e irracional torna a adaptação do indivíduo ao ambiente muito sofrida porque contribui para impedi-lo de sair de casa, usar transporte público, entrar no elevador, atravessar um túnel, relacionar-se com desconhecidos. É uma forma de prisão ou armadilha adquirida ao longo da existência. 

Mas o fóbico desconhece as causas da sua fobia, ou seja, a fobia não é fruto de uma escolha consciente. Antes, é muito mais uma forma de adaptação que a pessoa acolhe para se proteger exageradamente. Ela pode surgir também pela consequência de traumas sofridos, deixando uma hipersensibilidade que não suporta nenhum desconforto. 

Razões para o desconhecimento das fobias

1. A fobia teve sua origem antes dos dez anos de idade – ocasião em que a criança passou por uma vivência de medo intenso. 

2. O indivíduo é incapaz de se lembrar da vivência original. Só consegue com ajuda especializada. 

3. Na maioria dos casos há uma sensação vaga de culpa e vergonha associada à ocasião da vivência. 

4. Houve uma generalização do objeto fóbico para muitos outros objetos, assumindo uma variedade grande de situações, coisas e animais temidos. 

5. Uma pessoa ajudada profissionalmente pode se lembrar da vivência do objeto original e se recuperar. Mas alguns acreditam que após um tempo possa haver melhora ao acaso. Isso pode ocorrer se o fóbico tentar se lembrar do que passou, falar abertamente o que sente, permitir a dor sem medo de morrer ou de enlouquecer e assimilar a situação com mais realismo. 

Fonte: Thomas Young, Motivation and Emotion, p. 576

É preciso ser honesto

Um dos nossos grandes inimigos é a própria consciência, que não vai nos deixar em paz enquanto não formos honestos com nossos sentimentos, principalmente a culpa, a vergonha, a raiva e a tristeza. 

É preciso parar de arrumar desculpas para lidarmos com a realidade de nossas emoções e com as distorções que fazemos delas. Se insistirmos nisso viveremos num estado neurótico cheio de conflitos e dúvidas constantes. 

Tentar lembrar o fóbico ou ansioso de que ele mesmo possa estar contribuindo para seu estado cria nele raiva e negação. Ele reage mal porque avalia como acusação, crítica e atribuição de culpa por algo que desconhece. Mas se ele não reconhece sua contribuição, ao exagerar na interpretação do perigo, dificilmente vai melhorar.

A pessoa não é culpada moralmente pela sua situação, mas é responsável no sentido de responder por seu cuidado pessoal. Nenhuma outra pessoa pode responder pelo modo como nós lidamos com nossos sentimentos. É para isso que somos livres, mas responsáveis. Nossa autonomia nos impõe a necessidade do cuidado pessoal. Cresçamos nessa tarefa com menos fobias!

Belisário Marques- Doutor em Psicologia

ÁGUA QUE ENGORDA

Parece que uma das coisas mais difíceis de se conseguir é uma barriga definida e livre de gorduras. Quando há ganho de peso, o primeiro lugar em que percebemos o acúmulo de gordura é justamente ali. Já está comprovado que o hábito de tomar líquido junto às refeições atrapalha a digestão, mas será que fazer isso contribui para que a barriga fique maior?

Precisamos ter em mente que ao engordar, há um aumento da gordura corporal como um todo e o edema (inchaço) das células adiposas, não somente na região da barriga. Mas saiba que os líquidos consumidos entre um bocado e outro podem contribuir nesse processo, principalmente se forem calóricos. Além disso, eles podem causar uma distensão estomacal, aumentando o volume do órgão, que precisará de mais comida para ter a sensação de saciedade.

A digestão apropriada dos alimentos começa com uma boa mastigação. As enzimas salivares são incorporadas aos alimentos e iniciam a quebra dos nutrientes para que sejam absorvidos. O ácido clorídrico do estômago e outras enzimas vão completar essa tarefa e preparar o bolo alimentar para a etapa seguinte no intestino. Quando o alimento, já na boca, recebe líquido desnecessário, isso dilui a ação da amilase (enzima responsável pela digestão dos carboidratos) na saliva. O ácido clorídrico do estômago também será diluído, dificultando a digestão das proteínas. Assim os nutrientes não serão totalmente absorvidos no intestino. Não recebendo os nutrientes necessários, o organismo envia a mensagem de que precisa de mais alimento, causando uma sensação de fome mais rapidamente. Pode ocorrer também fermentação devido ao aumento do tempo de digestão, acumulando-se gases que causam flatulência (gases).

Então, mesmo não agindo diretamente no acúmulo de gordura na barriga, as consequências da ingestão de líquidos durante as refeições serão vistas sobre ela. Esse hábito atrapalha o metabolismo. Portanto a luta para perder aquela barriguinha indesejável dificilmente será vencida. Para que outros esforços surtam efeito é preciso deixar também esse mau hábito. O ideal é tomar água até meia hora antes das refeições e se hidratar bem no intervalo entre elas. Comece diminuindo a quantidade cada dia, mas nunca beba refrigerantes, bebidas alcoólicas e sucos artificiais. Mastigue bastante e coma sem pressa. Você se sentirá mais leve, sem aquela sensação pesada no estômago e com a barriga menos volumosa. Assim a dieta e os exercícios serão mais eficazes. 

LOMBALGIA

Inicialmente temos que saber que lombalgia nada mais é que dor na região lombar devido às lesões da coluna ou afecções que atingem as vísceras situadas naquela região. Normalmente essas dores ocorrem por má postura ao sentar, deitar, abaixar e carregar objetos pesados de forma errada. Há dois tipos de lombalgia: crônica e aguda. A crônica acomete os mais velhos, não é intensa, mas permanente. A aguda ocorre nos mais jovens, quando há um esforço físico fora do normal. Então o que precisamos fazer para ajudar nessa fase, melhorando a postura nas atividades diárias? Que exercícios podemos fazer para fortalecer essa região? Essa será a nossa meta hoje.

Exercício 1

Lado a lado: em decúbito dorsal, com os membros inferiores unidos e afastados na altura do ombro, realize a descida dos membros inferiores rolando a lombar e a torácica baixa; depois retorne à posição inicial. Faça três series de 15 repetições.

Exercício 2

Flexão lombar deitado: deitado em decúbito ventral com os braços e pernas estendidos, faça flexão dorsal subindo braços e pernas. Três séries de 15 repetições.

Exercício 3

Agachamento isométrico: com a ajuda de uma parede apoie as costas com as pernas à frente, de forma que fique na posição sentada. Três séries de 15 segundos.

Exercício 4

Prancha isométrica: de barriga para baixo, com as pernas estendidas e com os cotovelos apoiados no chão. Três séries de 30 segundos.

Exercício 5

Elevação pélvica: deitado em decúbito dorsal e com os joelhos flexionados, eleve a pelve sem tirar as costas e a cabeça no chão. Três séries de 20 repetições.

Exercício 6

Flexão lombar sentado: sentado em uma cadeira, com as mãos atrás da cabeça, incline o tronco em direção ao chão até tocar as pernas.

Materiais necessários:

colchonete e cadeira

Fernando Mudesto- Professor de Educação Física do UNASP, campus São Paulo