Enquanto o mundo se preocupa com o surgimento de doenças contagiosas que se alastram rapidamente, o fato é que as principais causas de morte convivem silenciosamente com a população ao longo de anos. Diabetes, obesidade e problemas cardiovasculares tomam proporções endêmicas, embora pareçam menos assustadores.
No entanto, as doenças crônicas representam um perigo ainda maior. Embora essas patologias se desenvolvam lentamente, o número de pessoas afetadas aumenta cada vez mais. As autoridades estão alarmadas com o impacto dessa condição nas contas públicas. A qualidade de vida dos indivíduos, especialmente na terceira idade, é extremamente prejudicada.
O diabetes mellitus está entre essas doenças preocupantes. Um relatório divulgado em 2019 pela Federação Internacional do Diabetes mostrou que, em apenas dois anos, o número de diabéticos no Brasil aumentou em 31%. A média mundial de crescimento da doença foi de 9%, o que mostra que nossa população está adotando hábitos nada saudáveis (1).
Sabe-se que 90% dos casos de diabetes são referentes ao tipo 2 da doença. Portanto, mudanças no estilo de vida são essenciais para prevenir o aumento da doença e tratar os indivíduos já diagnosticados.
Sozinho, o diabetes já é considerado uma das principais causas de morte no Brasil. Porém, a situação é ainda pior. Essa doença está relacionada ao desenvolvimento de problemas cardíacos, aumentando muito os índices de mortalidade.
No Brasil, uma em cada 5 pessoas acima de 65 anos tem o diagnóstico de diabetes. Por isso, é fundamental alertarmos a população quanto aos riscos dessa doença, a importância de preveni-la e também tratá-la adequadamente.
A relação entre o diabetes e doenças cardiovasculares
Estudos que comparam pessoas diabéticas com a população em geral mostram que o risco de morte por doenças cardiovasculares é três vezes maior no grupo diagnosticado com essa doença. Acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca, infarto e outras patologias do coração chegam a causar 80% das mortes em diabéticos.
Embora não se conheça o motivo, sabe-se que a incidência de doenças cardiovasculares é maior entre os diabéticos. Essa relação é confirmada por diversos estudos, o que mostra a importância de prevenir e tratar adequadamente essa doença.
Sabe-se que pessoas diabéticas têm um processo de aterosclerose mais acelerado (2). Isso significa que as artérias sofrem uma inflamação. Placas de gordura, cálcio e outros elementos se fixam na parede das artérias, que se tornam mais rígidas e estreitas.
Essas placas que se formam nas paredes das artérias são chamadas de ateromas. Elas se desenvolvem silenciosamente e podem até mesmo obstruir completamente determinados vasos sanguíneos, impedindo a circulação do sangue naquela região.
A região que não recebe sangue também não tem acesso a oxigênio e nutrientes. Assim, ela pode sofrer sérias lesões. Infarto, morte súbita e AVCs (derrames) estão entre as consequências da aterosclerose.
Elevação no risco de demências
A glicemia elevada provoca uma série de complicações ao organismo. Uma das consequências dessa descompensação é a elevação do risco de demências como o Alzheimer. Altos índices de glicose afetam o cérebro (3), acelerando o envelhecimento cognitivo e trazendo prejuízos funcionais ao idoso.
Existem muitos fatores que contribuem para o aumento das chances de desenvolvimento da demência em pessoas com diabetes. Entre eles, podemos destacar reações entre a glicose e proteínas e lipídeos, concentração maior de insulina, déficit de IGF-1 e a própria aterosclerose, que também está relacionada às perdas cognitivas.
Complicações em órgãos diversos
A glicose (açúcar) que não entra nas células de quem tem diabetes, não só circula pelo sangue. Ela afeta uma série de órgãos, causando diversas complicações a médio e longo prazo. Olhos, rins e coração estão entre os mais afetados e por isso é necessário realizar exames regulares.
Também é conhecida a dificuldade de cicatrização. Por estreitar e endurecer os vasos sanguíneos, a pele ou outros tecidos lesionados não recebem a quantidade ideal de oxigênio e nutrientes. Ferimentos que seriam simples para outras pessoas podem dar origem a infecções sérias. Muitas vezes, essas infecções evoluem e dão origem a gangrenas, exigem a amputação de membros e até mesmo levam à morte.
Neuropatia diabética
Em cerca de metade das pessoas com diabetes, as lesões nos vasos sanguíneos provocam também a lesão de nervos. Isso acontece especialmente nas pernas e pés, deixando as extremidades menos sensíveis às variações de temperatura, estímulos táteis e até mesmo à dor.
Dessa forma, a pessoa com diabetes perde, pelo menos em parte, uma proteção importante do organismo. Sem uma sensibilidade aguçada à dor ou mudanças de temperatura, ela corre o risco de se machucar com maior frequência. Com a pele ferida e dificuldades de cicatrização, incidentes simples podem causar infecções, gangrena, amputação e morte.
A neuropatia diabética também prejudica a mobilidade. Assim, a pessoa pode sentir formigamentos e perder a firmeza na hora de andar. Além de aumentar os riscos de quedas, essa condição é responsável por dois terços dos casos de amputações não-traumáticas (não causadas por acidentes).
Como você pode ver, o diabetes traz uma série de consequências à vida da pessoa, especialmente daquelas que estão na terceira idade. Por isso, é fundamental desenvolver hábitos saudáveis, que contribuirão para a manutenção da glicemia em níveis adequados.
E você, sofre de diabetes ou conhece alguém que tem essa doença? Gostaria de ajudá-lo a se conscientizar das consequências que esse problema pode trazer a médio e longo prazo?
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Fontes:
(1) Aumento do diabetes nos últimos dois anos.
(2) Altos índices de glicose afetam o cérebro.
(3) Fatores que aumentam a probabilidade de demência em pessoas com diabetes.