3.10.20

5 SITUAÇÕES CONSTRANGEDORAS QUE SÓ PESSOAS VEGANAS ENTENDEM

Veganismo: entenda melhor o movimento e saiba como fazer comida vegana sem  gastar muito

Aquele comentário irônico “você também aderiu a essa moda?” diz muito sobre o pensamento preconceituoso a respeito das pessoas veganas, algo que ainda não é levado tão a sério. A definição de veganismo, no entanto, é bem clara: trata-se de um modo de vida orientado a excluir — dentro do possível e do praticável — todas as formas de exploração e crueldade com os animais.

Além de restringir o consumo de qualquer tipo de produto derivado de animais — carne, ovo, leite e laticínios —, por compreender que eles não devem sofrer para atender às necessidades humanas, o vegano tem uma postura ética que vai muito além da sua alimentação. Não existe coerência, por exemplo, em usar roupas de lã, plumas ou seda, sapatos e bolsas de couro, ou consumir marcas de cosméticos, maquiagens e medicamentos que realizam testes de laboratório em animais.

Adotar o veganismo como estilo de vida é também apoiar políticas para cessar qualquer atividade considerada cruel e abusiva: rodeios, touradas, vaquejadas, circos, zoológicos e aquários, cavalgadas, sacrifícios religiosos, criação em cativeiro, confinamentos, caça, pesca, e muitas outras.

Não é pouca coisa! E pela dificuldade de entendimento da sociedade, mesmo nos dias de hoje, em relação ao veganismo, as perguntas embaraçosas são mais comuns do que se imagina. Se você também acha cansativo responder aos interrogatórios, lidar com as brincadeiras e ter que se justificar o tempo todo, saiba que não está sozinho nessa! Listamos aqui 5 situações constrangedoras que toda pessoa vegana já passou — ou vai passar na vida. Confira!

1. “Com tanta gente passando fome e sede no mundo, por que o sofrimento animal é mais importante?”

Essa é uma pergunta clássica. Uma coisa não exclui a outra. É possível ser vegano e, ainda assim, apoiar causas humanitárias. Os conceitos de igualdade e de não-violência fazem parte da ideologia vegana.

O domínio do ser humano sobre os animais tem sido interpretado como posse. No entanto, ao homem foi dado o direito de cuidar dos animais, e as plantas e ervas da terra seriam o seu alimento (Gênesis 1:26-28). Entende-se, portanto, que os animais são seres sencientes, ou seja, capazes de sentir, tanto quanto o homem. A diferença é que vivem de modo instintivo e não racional.

2. “A agricultura também mata e destrói”

Quem defende uma alimentação onívora costuma argumentar que a agricultura, assim como a pecuária e a pesca, também causa impactos ambientais, trazendo danos ao solo e ao ecossistema. O fato é que o veganismo também se opõe ao extermínio de pragas e insetos para acelerar as colheitas e produzir em grande escala. O uso de agrotóxicos, pesticidas e outros produtos químicos pode causar sérios danos à flora e à fauna locais, como nas aves.

No entanto, os impactos ambientais causados pela pecuária, por exemplo, são infinitamente maiores. O desmatamento é uma prática comum para ceder cada vez mais espaço à criação de gado. E todos sabem que muito mais pessoas no mundo poderiam ser alimentadas com uma dieta à base de vegetais, em vez de carne.

Não se trata, porém, de condenar apenas a pecuária. O desmatamento também acontece para a exploração de produtos vegetais, como o óleo de palma, que utiliza 27 milhões de hectares de terra no mundo e está destruindo o habitat de rinocerontes, orangotangos e outras espécies na Indonésia.

3. Quando você frequenta lugares em que tudo é de origem animal

Qual vegano nunca passou por uma situação parecida como estas: ser convidado para jantar na casa de amigos e pedirem pizza de mussarela, atum e calabresa; participar do churrasco de confraternização da empresa e só poder comer a cebola assada. E se for feijoada, tem sempre alguém que vai dizer: “tira a linguiça, a orelha e a costela, come só o arroz, o feijão e a couve”.

Nesses casos, sempre há duas opções: torcer o nariz e ser o “natureba chato” que nunca é convidado para nada; ou ser o “natureba legal” que participa dos eventos para socializar, já sabendo que o melhor é comer antes ou levar sua própria comida.

Se alguém insistir para que você prove algo, explique a situação com naturalidade, sem mau humor, autodefesa ou arrogância. Respire fundo, porque alguém sempre poderá retrucar: “mas só hoje não pode?” ou “está uma delícia, você não sabe o que está perdendo”.

4. Todos a sua volta se consideram médicos e nutricionistas

É como se os veganos tivessem que andar com o exame de sangue na bolsa ou na carteira para provar que estão saudáveis. Uma vez que você não come nenhum tipo de carne, nem ovos, leite e derivados, é comum pensarem que o seu organismo é carente de proteínas, ferro e cálcio, que você está anêmico, pálido, desnutrido e mal tem forças para fazer uma atividade física.

Por outro lado, eles esquecem que os veganos tendem a ser muito cuidadosos com a saúde. A alimentação baseada em vegetais tem pouca gordura saturada e maior concentração de fibras, vitaminas e sais minerais, contribuindo para menores níveis de colesterol, ácido úrico, triglicérides, além de oferecer menores riscos para doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade.

Ademais, existem suplementos que podem ajudar aquelas pessoas veganas que têm necessidade de algum nutriente, como vitamina B12, vitamina D e cálcio. O ideal é seguir a orientação dos médicos e nutricionistas de verdade, e não dar ouvidos aos pseudoespecialistas.

5. “Mas pessoas veganas comem o quê?”

Resposta simples: todo o reino vegetal está à disposição na mesa de um vegano. E olha que não são poucas as possibilidades.

Além de massas, molhos, petiscos assados à base de legumes, há opções de proteína vegetal cujo sabor engana muitos adoradores de carne. Com os cereais e as oleaginosas (castanhas, amêndoas), é possível substituir o leite em inúmeras receitas. E com esse leite, também se faz queijos e iogurtes. Tudo muito simples e saudável, sem aquela velha ideia de que alimentos veganos são caros e difíceis de encontrar!

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