11.12.25

OBESIDADE: CONHEÇA AS CAUSAS DO PROBLEMA

Dia 04 de março é o Dia Mundial da Obesidade. Se você pensa que o principal inimigo do obeso é a balança, está muito enganado. Ela não é uma condição estética, mas sim, uma doença crônica que pode levar ao agravamento de outras doenças. 

Um estudo do renomado Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Atlanta, nos Estados Unidos, foi conduzido por pesquisadores brasileiros e mostrou que aproximadamente 168 mil mortes registradas no país por ano são atribuídas ao excesso de peso, ou obesidade. 

Devido à alta incidência, a obesidade é um problema de saúde pública. Ela causa um grande impacto financeiro ao sistema de atendimento à população.

Em 2018 o Sistema Único de Saúde (SUS) alcançou o gasto de 3,45 bilhões de reais com tratamentos e atendimentos relacionados à hipertensão arterial (pressão alta), diabetes e obesidade. No total, 72% dos custos foram com indivíduos que tinham entre 30 e 69 anos de idade. 

Como saber se alguém é obeso?

Você sabe como definir se uma pessoa é obesa ou não? O excesso de peso pode ser estimado pelo cálculo do índice de massa corporal (IMC). 

Este é o padrão internacional para avaliar o grau de sobrepeso. Ele é calculado dividindo o peso (em Kg) pela altura ao quadrado (em metros). 

As pessoas com o IMC alto têm maior disposição a desenvolver doenças crônicas como: diabetes, doenças cardiovasculares, doenças respiratórias e câncer. 

A melhor forma de tratar um problema é eliminar suas causas. Porém, no caso da obesidade, isso é um desafio, já que se trata de um problema multifatorial. 

Como a obesidade está ameaçando os brasileiros?

Alguns dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 mostraram a mudança do perfil dos brasileiros com relação à obesidade. 

Em 2009, 1 em cada 4 adultos brasileiros era obeso. A obesidade entre pessoas com 20 anos ou mais em 2002/2003 era de 12,2%. No ano de 2009 essa porcentagem havia aumentado para 26,8%. 

A porcentagem de pessoas com 18 anos ou mais obesas era de 25,9% em 2009, o que totaliza 41,2 milhões de pessoas. 

A doença também atinge adolescentes. De acordo com a pesquisa, um em cada cinco brasileiros com idades entre 15 e 17 anos estavam com excesso de peso.  

Já a proporção de pessoas com excesso de peso de 40 a 59 anos chegava a 70,3%. O fato é que a obesidade cresce conforme o avanço das faixas de idade, exceto para pessoas com 60 anos ou mais.

Apesar da obesidade ser um problema complexo e influenciado pela genética, não podemos colocar toda a culpa nela. Afinal, mais importantes que os genes que nós herdamos dos pais são os hábitos que herdamos da família. Eles fazem toda a diferença. 

Quais são os fatores que causam a obesidade?

Vamos falar de alguns hábitos que são “vilões” quando o assunto é obesidade, bem como outros fatores que influenciam no peso corporal. Continue a leitura para saber mais! 

Alimentação inadequada

Doces, produtos industrializados, fast food, carboidratos refinados. O consumo destes alimentos aumenta a probabilidade de se chegar à obesidade. Evitá-los ou até mesmo não consumi-los é a melhor escolha quando se pensa na saúde do organismo. 

Agora, se esses alimentos fazem parte da sua alimentação, você pode estar em dúvida sobre o que comer ou como substituí-los. 

A regra é ter uma alimentação equilibrada. Os carboidratos, por exemplo, são conhecidos por serem os vilões do emagrecimento. Mas tirá-los por completo da alimentação não é a solução. 

Em uma alimentação equilibrada eles devem compor 50 a 60% das calorias consumidas em um dia, fornecendo energia para as atividades. Escolher carboidratos saudáveis (integrais, naturais) e cuidar com seu preparo é  o caminho para consumi-los corretamente. 

Já o açúcar refinado desencadeia uma série de processos prejudiciais para o organismo. Ele faz com que o cérebro libere dopamina, o que é prazeroso, porém viciante e prejudicial.

Para matar aquela vontade de comer um docinho, é melhor optar pelas frutas e alimentos naturais. Assim seu organismo não é prejudicado e você fica longe da obesidade.

Sedentarismo

Vivemos sentados, seja no trabalho, no lazer ou nos estudos. A regra hoje é produzir e nossa rotina nos conduz ao sentar.  Passamos a maior parte do nosso tempo em frente a um computador, à televisão ou mexendo no celular. 

E se você pensa que a única maneira de fugir do sedentarismo é passar horas em uma academia ou praticar algum esporte, está muito enganado. Praticar esse exercício regular é importante, mas movimentar-se ao longo do dia também traz inúmeros benefícios à saúde. 

Até mesmo  os movimentos simples que realizamos no dia a dia e no trabalho podem evitar que desenvolvamos uma rotina sedentária.  

Para a Organização Mundial da Saúde, os indivíduos sedentários são aqueles que não gastam pelo menos 2200 kcal em qualquer tipo de atividade física ao longo de uma semana. 

OMS também afirmou que até 5 milhões de mortes por ano poderiam ser evitadas se a população fosse mais ativa. Segundo as estatísticas, um em cada quatro adultos e quatro em cada cinco adolescentes não praticam atividades físicas suficientes. 

Esta inatividade gera um custo em todo mundo de 54 bilhões de dólares em assistência médica e 14 bilhões em perda de produtividade.  

Subir escadas ao invés de usar o elevador, ir até algum local a pé e deixar o carro na garagem, ou até fazer uma caminhada em família em algum parque são boas estratégias para fugir do sedentarismo   

Estresse

Segundo  a Associação Brasileira para o estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO), o estresse psicológico contribui para o ganho de peso e obesidade. Uma das causas que levam isso a acontecer é o fato de a ansiedade pode levar ao aumento da ingestão de alimentos, ao controle inadequado do apetite e  à compulsão alimentar.   

estudo avaliou a síndrome do comer noturno em estudantes universitários brasileiros. O resultado foi que aqueles que tinham maior nível de ansiedade e sintomas depressivos praticavam mais este tipo de comportamento. 

Em casos de obesidade associada ao estresse é importante encontrar a causa desse transtorno mental e tratá-lo adequadamente. Encontrar maneiras de descansar e também o acompanhamento médico necessário é uma boa alternativa. 

Genética

Alguns fatores estão relacionados à questão genética da obesidade. Alterações hormonais e neurais, que influenciam os sinais de curto e longo prazo relacionados à saciedade e à regulação do peso corporal normal, são determinados geneticamente. 

Também existem evidências de que fatores genéticos podem influenciar o gasto energético, principalmente, a taxa metabólica basal (TMB). 

Microbiota intestinal

A microbiota intestinal humana é composta por uma média de 103 a 104 micro-organismos. Eles formam colônias com trilhões de bactérias, um número que supera a quantidade de células humanas. A alimentação rica em gorduras provoca um desequilíbrio entre microrganismos benéficos e patogênicos. 

A alteração deste equilíbrio afeta também a maneira como o corpo regula o consumo e armazenamento de energia. Portanto, esse é mais um dos fatores que contribuem para a obesidade.   

Fatores demográficos e socioeconômicos

Os fatores socioeconômicos dos indivíduos influenciam grandemente o desenvolvimento da obesidade. 

A falta de conhecimento sobre doenças crônicas como a obesidade e boa alimentação são fatores agravantes em populações de menor renda. Em contrapartida, o fácil acesso a alimentos industrializados também influencia a má alimentação e o crescimento da doença. 

Desmame precoce

Um estudo realizado em Munique, na Alemanha, mostrou que o aleitamento materno reduz em 20% a 25% o risco de obesidade. Cada mês de amamentação materna está associado à redução de 4% no risco de desenvolvimento de excesso de peso. 

O desmame precoce, assim como a introdução alimentar inadequada, são fatores relacionados à obesidade infantil e também à obesidade na fase adulta. 

Para evitar a obesidade  é importante estar bem informado e desenvolver hábitos saudáveis. Mas vamos ser sinceros, nem sempre é fácil.

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