24.9.06

GORDURA TRANS- CHEGOU A HORA DE TIRÁ- LA DO SEU DIA- A- DIA

Intimamente ligada ao aumento do colesterol e aos consequentes danos à saúde, aí incluídos infarto e derrame, essa molécula ainda carrega a fama de facilitar o aparecimento do diabete. Agora, um estudo recente sugere a inclusão da popular barriga de chope no rol das complicações. Assim, a protuberância abdominal tem tudo para passar a atender por um apelido que lhe cai muito bem: barriga trans.
E pensar que foram os macacos, em experiência inédita, que deram a pista para os cienteistas avaliarem o impacto dessas gorduras sobre a saude. Ao longo de 6 (seis) anos, Lawrence Rudel, da Universidade Wake Forest e seus colaborradores observaram 2 (dois) grupos desses animais. Ambos foram alimentados com a mesma quantidade de calorias, sendo que 35% delas vinham de comidas gordurosas. A diferença é que um dos cardápios apresentava 8% de trans entre os lipídios, enquanto o outro ingeria esse mesmo percentual proveniente de ácidos gravos monoinsaturados, como aqueles presentes no azeite de oliva- por sinal muito saudáveis. Resultado: os pobres símios do primeiro grupo engordaram 4% a mais que as do segundo. Pior: concentraram mais tecido adiposo na região abdominal. E, como já era esperado, ainda apresentaram maior resistência à insulina e maior teor de glicose no sangue. Esse foi o primeiro estudo com primatas, que tem um metabolismo de gorduras muito semelhante ao dos humanos.
Esse conjunto de alterações do organismo, que ganha dimensões de epidemia em todo o mundo e aumenta- e muito- o riscos de diabete, derrame e infarto, divide a opinião de especialistas quando o assunto é a raiz da encrenca. Para uns é a gordura visceral. Para outros, a resistência à insulina.
Pelo sim, pelo não, há motivos de sobra para você pensar duas vezes antes de se deliciar com alimentos ricos nessas gorduras do mal. O fígado produz cerca de 70% do colesterol necessário para o funcionamento do organismo. E a matéria- prima vem das gorduras saturadas e trans. Só que, quando há excesso dessas substâncias, a produção hepática de colesterol aumenta tanto que o órgão não precisa mais retirar porções de LDL da corrente sanguínea. E aí essas frações ruins do colesterol ficam dando sopa na circulação e ajudam a entupir as artérias. A dislipidemia, que no jargão médico significa o aumento do mau colesterol LDL e a diminuição do benéfico HDL, leva a um processo inflamatório entre outas coisas. E, quando mais inflamação, maior o risco de formação e rompimento das placas de gordura no interior das artérias, a aterosclerose. É sabido que tanto as gorduras trans como as saturadas são duas vezes mais potentes para o aumento do colesterol no sangue. Paa dar uma idéia do perigo, comer 1 (hum) hambúrguer duplo acompanhado de batata frita um único dia faz você estourar sua cota semanal das famigeradas gorduras trans.
Na dúvida, leia o rótulo e fique atento nos demais componentes. Às vezes, mesmo sem tans, o alimento pode ser rico em colesterol total, o que dá na mesma.
Trans de Transgênica?
Nada a ver. Esse tipo de gordura não é obtido por manipulação genética, como muita gente pensa.
Seu nome de batismo, gordura vegetal parcialmente hidrogenada, é mais usado pelos técnicos em engenharia de alimentos. Já o apelido trans vem da tansformação promovida no arranjo de suas moléculas, Isso acontece durante um processo industrial chamado hidrogenação, em que o óleo recebe átomos de hidrogênio para ficar sólido à temperatura ambiente. Esse ingrediente passou a ser muito usado a partir dos anos 1980, quando os fabricantes buscavam uma matéria- prima que mantivesse a consistência de recheios, massas e cremes, prolongasse o tempo de consevação e realçasse o sabor. Para você não confundir mais a trans com as outras duas classes de gordura também famosas, aqui vão as diferenças:
- Saturadas- de origem animal, ajudam a elevar o colesterol.
- Insaturadas- presente em vegetais e peixes de água fria, só são perigosas quando consumidas em excesso.
Fritou? Jogue o Óleo fora
Submeter um óelo vegetal à hidrogenação é a receita industrial para obter a gordura trans. Só que, ao reaproveitar no jantar o que sobrou da fritada do almoço, você também está promovendo alterações químicas no óleo que fazem dele um veneno. Os seus ácidos graxos são pouco resistentes. À 150 graus celsius, temperatura média da fritura doméstica, essas substâncias ganham as mesmas características nocivas da gordura trans.
Aqui tem alimentos ricos em trans:
  1. Uma porção média de batata frita (do tipo fast- food)- 8g
  2. Uma fatia de 80g de bolo industrializado simples- 4,5g
  3. 6 biscoitos Cream Cracker- 4,1g
  4. Uma porção de 320g de lasanha 4 queijos industrializada- 3,4g
  5. Uma barra de 40g de chocolate- 3g
  6. Uma colher de chá de margarina comum- 3g
  7. 1 pacote pequeno (42,5 g) de batata chips- 3g
  8. Uma colher de sobremesa de margarina light- 3g
  9. 4 biscoitos waffer de qualquer sabor- 2,8g
  10. Uma bola de sorvete- 1,6g
  11. 7 unidades de biscoito (tipo maisena)- 1,4g
  12. 1 fatia (50 g) de queijo amarelo- 0,9g
  13. 1 bife médio de carne bovina (alcatra ou contrafilé)- 0,6g
  14. Duas unidades de bolacha recheada- 0,3g
  15. Uma colher de chá de manteiga- 0,2g
  16. 1 copo de 200 ml de leite tipo B- 0,2g
  17. Uma colher de sopa de creme de leite- 0,2g
  18. Uma unidade de bisnaguinha- 0,3g
  19. 1 1/2 unidade de bolinho Ana Maria- 2,6g
  20. Uma unidade de pão de cachorro quente- 0,5g
  21. 1 pacote de macarrão instantâneo- 1,6g

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